DEFINIÇÃO:
Artrite reumatóide é uma doença inflamatória crônica, autoimune, que afeta as membranas sinoviais (fina camada de tecido conjuntivo) de múltiplas articulações (mãos, punhos, cotovelos, joelhos, tornozelos, pés, ombros, coluna cervical) e órgãos internos, como pulmões, coração e rins, dos indivíduos geneticamente predispostos. A progressão do quadro está associada a deformidades e alterações das articulações, que podem comprometer os movimentos. Nesta doença, o
sistema imunitário ataca o próprio tecido que reveste e protege as
articulações. Finalmente, a cartilagem, o osso e os ligamentos da articulação
deterioram-se, provocando a formação de cicatrizes dentro da articulação, que
se deteriora a um ritmo muito variável.
CAUSA:
A causa da artrite reumatóide é desconhecida. É uma doença autoimune, o que significa que o sistema imunológico do corpo ataca os tecidos saudáveis por engano. Infecções, genes, mudanças hormonais e fatores ambientais, como o cigarro, podem estar relacionados com a doença.A causa mais importante é a tendência genética. Acredita-se que alguns genes possam interagir com os outros fatores causais da doença.Também tem diversos outros fatores que podem estar relacionados a essa doença como: Fatores hormonais e isso justifica o fato da doença ocorrer mais em mulheres e apresentar melhora clínica no período da gravidez.
INCIDÊNCIA:
Embora a artrite reumatoide seja mais comum em pessoas entre 30 e 50 anos, ela pode acontecer em qualquer faixa etária, da infância à terceira idade. A doença é mais prevalente entre mulheres, sendo de quatro a cinco vezes mais comum no sexo feminino. Ocorre em cerca de 1% da população, ou seja, uma em cada 100 pessoas pode ter a doença.
SINTOMAS:
No início, os sintomas podem ser
insidiosos e comuns a outras enfermidades ou ocorrer abrupta e simultaneamente.
Os mais comuns são rigidez matinal que regride durante o dia, mal-estar,
diminuição do apetite, perda de peso, cansaço, febre baixa, inchaço nas juntas
das mãos, punhos, joelhos e pés, que se deformam com a evolução da doença. A
doença pode iniciar com apenas uma ou
poucas articulações inchadas, quentes e dolorosas, geralmente acompanhada de
rigidez para movimentá-las (artrite e sinovite). Isso ocorre principalmente
pela manhã e que pode durar horas até melhorar. As alterações destrutivas
articulares são variáveis em um mesmo enfermo e entre a população com Artrite
Reumatóide (AR). Há casos bastante benignos e com alterações discretas ou ausentes
e outros em que as deformidades instalam-se progressivamente e tornam-se
extremamente graves mesmo com tratamento adequado.
As articulações afetadas
aumentam e podem deformar-se rapidamente. Também podem ficar rígidas numa
posição (contraturas), o que impede que se estendam ou abram por completo. Os
dedos tendem a dobrar-se em direção ao dedo mindinho em cada mão, causando a
deslocação dos tendões dos dedos. Os pulsos inchados podem dar lugar à síndroma
do canal cárpico. Os quistos que se desenvolvem por trás dos joelhos afetados
podem rebentar, causando dor e edema nas pernas. Cerca de 30 % a 40 % das
pessoas que sofrem de artrite reumatóide apresenta tumefacções duras (nódulos)
debaixo da pele, com frequência perto das zonas doentes. A artrite reumatóide
pode causar um pouco de febre e, em algumas ocasiões, uma inflamação dos vasos
sanguíneos (vasculite), que provoca lesões dos nervos ou chagas nas pernas
(úlceras). A inflamação das membranas que envolvem os pulmões (pleurisia) ou do
invólucro do coração (pericardite), ou então a inflamação e as cicatrizes dos
pulmões podem provocar dor torácica, dificuldade em respirar e uma função
cardíaca anormal. Algumas pessoas desenvolvem gânglios linfáticos inflamados, a
síndroma de Sjögren ou uma inflamação ocular.
DIAGNOSTICO:
O
diagnóstico da artrite reumatoide é clínico, ou seja, se baseia na história
clínica e no exame físico feito pelo médico. Mas, alguns exames complementares,
de sangue ou de imagem, podem ser úteis, incluindo as provas que medem
atividade inflamatória, fator reumatoide, anticorpo antipeptídeos citrulinados
cíclicos (anti-CCP), radiografias das articulações acometidas e, eventualmente,
ultrassonografia ou ressonância das juntas, em caso de dúvida. Outros exames
podem ser necessários para afastar outras doenças, dependendo de cada
caso. Pode
ser difícil distinguir a artrite reumatóide das muitas outras doenças que podem
causar artrite. As doenças que se parecem em alguns aspectos com a artrite
reumatóide são: a febre reumática aguda, a artrite causada por gonococos, a
doença de Lyme, a síndroma de Reiter, a artrite psoriática, a espondilite
anquilosante, a gota, a pseudogota e a artrose. A artrite reumatóide pode
produzir sintomas muito característicos. Contudo, pode ser necessária uma
análise do líquido que se extrai da articulação com uma agulha ou então uma
biopsia (extracção de uma amostra de tecido que se examina ao microscópio) dos
nódulos para estabelecer o diagnóstico. As mudanças características nas
articulações podem ser detectadas nas radiografias. Algumas
características típicas da artrite reumatóide podem observar-se nos resultados
dos exames laboratoriais. Por exemplo, 9 de cada 10 pessoas que sofrem de
artrite reumatóide apresentam uma velocidade de sedimentação dos glóbulos
vermelhos elevada. A maioria tem uma anemia ligeira. Em raras ocasiões, o valor
dos glóbulos brancos é anormalmente baixo.
TRATAMENTO:
Quanto mais cedo for diagnosticada a doença e iniciado o tratamento, melhor será o prognóstico. Embora ainda não se conheçam os recursos para a cura definitiva, é possivel obter a remissão dos sintomas, preservar a capacidade funcional e evitar a progressão das deformidades. Repouso só deve ser indicado em quadros muito dolorosos e por pouco tempo. Atividade física e fisioterapia são importantes para controlar o comprometimento das articulações e a perda da mobilidade. É aconselhável seguir
uma dieta regular e saudável. O aumento dos sintomas aparece em alguns casos
depois do consumo de certos alimentos. Uma dieta rica em peixe e óleos
vegetais, mas pobre em carne vermelha, pode ter leves efeitos benéficos sobre a
inflamação.
E quanto ao tratamento medicamentoso ( FARMACOLÓGICO)?
Muitos medicamentos usados para tratar a artrite reumatoide têm efeitos colaterais potencialmente graves. Os médicos geralmente prescrevem medicamentos com menos efeitos colaterais em primeiro lugar. Você pode precisar de medicamentos mais fortes ou uma combinação de drogas conforme a doença progride.
- Medicamentos anti-inflamatórios não esteróides
Os anti-inflamatórios não esteróides, como a aspirina
e o ibuprofeno, são os mais utilizados, porque reduzem o inchaço nas
articulações afectadas e acalmam a dor. A aspirina é a pedra angular
tradicional do tratamento da artrite reumatóide; contudo, os novos medicamentos
anti-inflamatórios não esteróides podem ter menos efeitos secundários e são, em
geral, mais fáceis de administrar, embora sejam mais caros.
- Medicamentos de ação retardada
Os medicamentos de
ação retardada alteram em certas ocasiões o curso da doença, embora possa ser
necessário um tratamento de vários meses (cujos efeitos secundários podem ser
perigosos) para se verificar alguma melhoria. O médico deve vigiar e fazer um
acompanhamento do tratamento. Estes medicamentos prescrevem-se se os
anti-inflamatórios não esteróides não foram eficazes ao fim de dois ou três
meses de tratamento ou no caso de um progresso rápido da doença. Os
medicamentos de ação retardada que são utilizados atualmente são a
penicilamina, a hidroxicloroquina e a sulfasalazina.
- Corticosteróides
Os corticosteróides
(como a prednisona) são medicamentos de uma eficácia surpreendente para reduzir
a inflamação em qualquer parte do corpo. Apesar de os corticosteróides serem
eficazes em tratamentos de curta duração, a sua eficiência tende a diminuir com
o tempo, enquanto a artrite reumatóide, em geral, permanece ativa durante
anos. Estes medicamentos não costumam atrasar a progressão da doença; além
disso, o uso prolongado de corticosteróides implica invariavelmente muitos
efeitos secundários, afetando quase todos os órgãos do corpo.
- Medicamentos imunossupressores
Os medicamentos
imunossupressores (metotrexato, azatioprina e ciclofosfamida) são eficazes no
tratamento das formas graves de artrite reumatóide. Suprimem a inflamação, pelo
que os corticosteróides podem ser administrados em doses mínimas e inclusive
ser evitados.
CIRURGIA:
Algumas vezes, é necessário cirurgia para corrigir as articulações gravemente lesionadas. A cirurgia pode incluir:
- Remoção da membrana sinovial (sinovectomia)
- Substituição total da articulação em casos extremos, o que pode incluir a substituição total de joelho, quadril, tornozelo, ombro e outros.
- Remoção da membrana sinovial (sinovectomia)
- Substituição total da articulação em casos extremos, o que pode incluir a substituição total de joelho, quadril, tornozelo, ombro e outros.
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