quarta-feira, 22 de abril de 2015

ESPONDILITE ANQUILOSANTE

DEFINIÇÃO:

A Espondilite Anquilosante é um tipo de inflamação que atinge os tecidos conjuntivos, é caracterizada pela ocorrência de inflamações das articulações da coluna, quadris, ombros e demais regiões.  A doença não tem cura, entretanto, se o tratamento for feito precocemente e de forma adequada é possível tratar os sintomas (inflamação e dor), como também manter estável a progressão da doença e assim manter a mobilidade das articulações acometidas propiciando a manutenção da postura ereta.

CAUSAS:

É desconhecida a origem da sua causa. Pesquisas mostram que a doença é em média, 300 vezes mais frequente em indivíduos que herdam um específico grupamento sanguíneo dos glóbulos brancos, quando comparadas com aqueles que não possuem essa característica genética, denominada HLA-B27. Cerca de 90% dos pacientes brancos com espondilite anquilosante são HLA-B27 positivos. A hipótese mais aceita é a de que a doença possa ser desencadeada por uma infecção intestinal em indivíduos que geneticamente possuem predisposição a desenvolvê-la, ou seja, portadoras do HLA-B27.  Vale ressaltar que a Espondilite Anquilosante não é transmitida por contágio ou por transfusão sanguínea.

INCIDÊNCIA:

A espondilite anquilosante geralmente afeta três vezes mais os homens do que as mulheres, surgindo normalmente entre a faixa etária dos 20 aos 40 anos. Cerca de 20% dos indivíduos com HLA-B27 terão a doença, embora a maioria nunca será diagnosticada como tendo a doença, pois ela se apresentará de forma mais leve. Como o HLA-B27 está presente em 7% a 10% da população, pouco mais de um em cem indivíduos apresentará a doença.

E quanto aos riscos de os filhos de pacientes com espondilite anquilosante apresentarem a doença?

Os riscos são reduzidos, não mais de 15%, comparados às chances de 85% de gerar crianças saudáveis normais. Entre os 15% que sofram da doença, provavelmente apenas 1 (um) apresentará uma condição grave o suficiente para interferir em sua vida normal. Os pais portadores da Espondilite Anquilosante às vezes perguntam se seus filhos devem fazer exames para verificar se possuem o HLA-B27. No momento, a resposta é que isso não deve ser feito, pois não há como saber qual criança com esse grupo sanguíneo apresentará a doença.  No momento ainda não é possível prevenir a doença, então será importante descobrir quais crianças possuem o grupo HLA-B27, para que possam ser protegidas.

SINTOMAS:

Geralmente as dores na coluna surgem de modo lento ou insidioso durante algumas semanas, associadas à rigidez matinal da coluna, que diminui de intensidade durante o dia. A duração da dor persiste por mais de três meses, mas pode ser amenizada com a prática de exercício físico e piora com repouso.  No início, a espondilite anquilosante costuma causar dor nas nádegas, possivelmente se espalhando pela parte de trás das coxas e pela parte inferior da coluna. Um lado é geralmente mais doloroso do que o outro. Essa dor tem origem nas articulações sacroilíacas (entre o sacro e a pélvis). Alguns pacientes sentem-se globalmente doentes –sentem-se cansados, perdem apetite e peso e podem ter anemia.  A inflamação das articulações entre as costelas e a coluna vertebral pode causar dor no peito, que piora com a respiração profunda, sentida ao redor das costelas, podendo ocorrer diminuição da expansibilidade do tórax durante a respiração profunda. Os indivíduos que apresentam limitação significativa da expansibilidade do tórax não devem de forma alguma fumar, pois seus pulmões, que já não expandem normalmente, estariam ainda mais susceptíveis a infecções.

OS ÓRGÃOS E TECIDOS AFETADOS PELA DOENÇA:

Articulações da coluna vertebral: inflamação das articulações da coluna que causa dores e rigidez matinal. A doença começa nas juntas entre o sacro e a pélvis, denominadas juntas sacroilíacas. Outras articulações: inflamação das articulações dos quadris, ombros, joelhos e tornozelos são as partes afetadas com maior frequência. O efeito nessas juntas é similar àquele na coluna. Pode haver um período de dor na junta, talvez até com a ocorrência de algum inchaço, porém o tratamento alivia os sintomas.
Ossos: Algumas vezes, ocorrem locais sensíveis ou dolorosos em ossos que não fazem parte da coluna, como o osso do calcanhar, tornando-se desconfortável ficar em pé em chão duro, e o osso ísquio da bacia, tornando as cadeiras duras muito desagradáveis.

Olhos: uveíte ou irite - inflamação da região colorida do olho (íris) ocorre em um a cada sete pacientes. Os pacientes apresentam olhos avermelhados e doloridos, o que deve ser reportado ao médico o mais rapidamente possível, pois pode ocorrer um dano permanente. Se não houver um médico à disposição, deve-se ir diretamente para um hospital que possua um pronto-socorro ou um departamento de oftalmologia.

Coração, pulmão e sistema nervoso central: são complicações raras, afetando menos de um entre cem pacientes. A inflamação pode afetar as válvulas do coração, as articulações ou os discos entre as vértebras, podendo assim comprimir um nervo ou a medula óssea, causando dormências, fraqueza muscular ou dores. O pulmão raramente é diretamente afetado por uma fibrose na sua parte superior. O pulmão pode ser indiretamente comprometido pela diminuição da expansibilidade da caixa torácica causada pela espondilite anquilosante. Portanto, o paciente espondilítico nunca deverá fumar.



Pele: psoríase, uma condição inflamatória comum da pele, caracterizada por episódios frequentes de vermelhidão, coceira e presença de escamas prateadas, secas e espessas, pode estar associada à espondilite anquilosante em alguns pacientes. Intestino: a colite, ou inflamação do intestino, pode estar associada à espondilite anquilosante em alguns pacientes.

DIAGNÓSTICO:

O diagnóstico da doença é baseado no conjunto de sintomas (dor nas nádegas e dor nas costas) e nos exames de imagem (raios-x, tomografia computadorizada ou ressonância magnética) da bacia, da coluna e das juntas afetadas. O médico faz um histórico e examina as costas (procurando por espasmos musculares, com atenção para a postura e mobilidade) e examinará as outras partes do corpo, procurando pelas evidências da espondilite anquilosante.  o diagnóstico da espondilite anquilosante é confirmado pelos exames de imagem acima citados. As alterações características estão nas juntas sacroilíacas, mas podem levar alguns anos para desenvolver-se, podendo não ser notadas na primeira consulta. O médico, provavelmente, o avaliará com relação à anemia e aos testes da velocidade de sedimentação das hemácias (VHS) e proteína C Reativa (PCR), que informam quão ativa a doença está.

TRATAMENTO:

Não há cura para a espondilite anquilosante e, embora a doença tenda a ser menos ativa conforme a idade avança, o paciente deve estar consciente de que o tratamento deve durar para sempre. O tratamento objetiva o alívio dos sintomas e a melhora da mobilidade da coluna onde estiver diminuída, permitindo ao paciente ter uma vida social e profissional normal. O tratamento engloba uso de medicamentos, fisioterapia, correção postural e exercícios, que devem ser adaptados a cada paciente.

E como é o tratamento medicamentoso?

Utilizam-se analgésicos para aliviar a dor. Existem várias substâncias capazes de reduzir ou eliminar a dor, que permitem ao paciente uma boa noite de sono e seguir um programa de exercícios.  Alguns dos medicamentos mais novos são criados para serem efetivos durante a noite e durante a primeira parte do dia.  Os remédios podem ser sintomáticos como os analgésicos e os relaxantes musculares, ou então modificadores da evolução da doença, como a sulfasalazina e o metotrexato.  Como existem estudos indicando que o uso contínuo de anti-inflamatórios não-hormonais pode reduzir a progressão radiológica da espondilite anquilosante, estes medicamentos também são considerados modificadores de doença. Passada a fase aguda da doença, a maioria dos pacientes não necessita de remédios, uma vez que façam parte de um programa regular de exercícios. Os remédios são necessários esporadicamente, apenas quando os sintomas reaparecem apesar da terapia de exercícios. Para outros pacientes, pode ser necessário um tratamento contínuo com doses reduzidas (manutenção) de medicamentos.


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